Como foi o processo?

“Eu me senti segura e consciente das minhas vontades. Cheguei na orientação muito hesitante, com medo de fazer a grande mudança que quero implementar na minha vida. Quero casar-me e mudar de país. Vou precisar mudar a minha vida profissional. Cheguei na orientação sem saber como iniciar esse processo e como colocar isso para as pessoas que julgo muito importantes para mim (meu pai e meu chefe). Organizar as ideias, me apropriar das minhas vontades, respeitar os meus limites foi algo que construí ao longo dos encontros.”

Atingiu suas expectativas?

“Sim. Ele atingiu, pois, me ajudou no processo de comunicação dos meus desejos e das minhas vontades. Tive a oportunidade de comunicar minhas decisões ao meu chefe e ao meu pai. Me senti segura. As ideias estavam elaboradas. A orientação também foi e está sendo muito importante na comunicação entre mim e meu companheiro. Eu estava muito receosa de vivenciar toda essa mudança sem me apropriar de fato dela. Hoje me sinto mais segura e estou conseguindo aproveitar todo o processo.”

Descreva o processo:

“O início do processo foi bem importante, pois nele identificamos as áreas em que eu poderia atuar e observamos que eu estava no caminho certo em relação aos meus desejos. Ao longo do processo, percebemos que a questão não era identificar a área de atuação, mas como colocar meu sonho em prática e como comunicar esse projeto às pessoas que são importantes para mim. Foi importante encarar que a vida é feita de desafios e oportunidades que precisam ser aproveitadas quando aparece algo com o que sonhamos. O final foi importante, pois me permitiu elaborar todo o processo. Ele me permitiu comunicar os meus desejos e me fez perceber que o meu medo maior não é viver coisas novas, mas deixar o que eu tenho para trás. Durante esse processo percebi que as dinâmicas de amizade e familiares podem mudar no dia a dia, mas que elas ainda continuarão lá. E eu vou construir uma nova etapa da minha vida. Percebi que essa mudança não é somente sobre o meu companheiro, mas sobre uma vontade minha de mudar a minha vida. Uma vontade de experienciar coisas novas e me desprender de uma realidade que há muito não tem me satisfeito.”

Qual foi o momento mais significativo?

“Acho que o momento mais significativo foi a primeira constelação familiar. Nela eu pude perceber um padrão de comportamento e situações que levaram as mulheres da minha família por parte de mãe a não terem escolha. Elas viveram a vida que elas puderam. Percebi que lidar com a possibilidade de escolha me gerava um culpa inconsciente. Ao me apropriar dessa consciência busquei tomar as rédeas da minha vida e aproveitar a oportunidade que o universo me deu de mudar de vida e abraçar uma natureza livre que eu tenho. Sempre gostei do estrangeiro, falar novas línguas, conhecer novas culturas, conhecer gente nova, sempre quis me apaixonar… e quando tudo isso apareceu, fiquei hesitante em aproveitar a chance. A orientação me possibilitou agarrar isso e entender as minhas vontades. Me permitiu entender a minha vida desconectada do meu pai, do meu chefe e da minha irmã.”

Decidiu por algum caminho?

“Eu decidi que quero continuar atuando na área de comunicação. Trabalhando com pessoas. Pode ser com relações internacionais, turismo, educação. Enfim, essa etapa me permitiu pensar em ampliar os raios de atuação.”

Sua conclusão final é:

“Cheguei à conclusão de que devemos pensar em buscar os nossos sonhos e junto a isso devemos buscar nos conhecer. Entender nossos desejos, entender o nosso propósito. Devemos evitar entrar no automático e viver uma vida que muitas vezes fica incompleta. Contuso, concluí a importância de fazer essa caminhada com muitas reflexões, elaborações e tomada de consciência. Eu tinha muito medo de chegar em Berlim e “quebrar” emocionalmente. De chegar lá e pensar: o que estou fazendo aqui? Hoje eu não tenho mais esse medo. Hoje eu sei o que eu quero e o que quero é me dar a oportunidade de viver essa nova fase. A orientação foi fundamental para que eu me conhecesse melhor. Lembro da carta que tive que escrever sobre mim. Fiquei surpresa em saber que no fundo a gente se conhece, mas muitas vezes não conseguimos elaborar todas as nossas informações sozinha. A orientação me auxiliou muito com isso.”